Repleto de humor e acidez, “Estive Wonderful” é primeiro EP de Juscelino Filho

Natural de Euclides da Cunha (BA), ainda criança, Juscelino Filho foi morar em São Paulo, onde se formou como artista. Após anos escrevendo canções sem gravá-las, o ator, cantor e compositor lança em todos os aplicativos de música, nesta quarta-feira (7), seu primeiro EP de carreira, “Estive Wonderful”, com quatro canções inéditas.


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Juscelino Filho iniciou sua carreira no teatro escrevendo e atuando em peças cômicas e a partir daí começou a compor, por isso, o artista traz em suas letras sua assinatura cômica e sarcástica em uma sonoridade que passeia da MPB ao reggae. “A letra é o principal elemento das canções. Sempre com um jogo de palavras e umas brincadeiras poéticas que ajudam no humor que alivia a acidez do texto. Em uma segunda camada existe sempre uma crítica acerca de nossos costumes. Muitas influências me ajudaram a formar essa salada musical como Tom Zé, Zeca Baleiro, Karnak, Arnaldo Antunes, Elis Regina e Tontonho”, explica.


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O nome do EP é também o nome da faixa, que surgiu em 2018, “Estive Wonderful”. “Essa é uma crítica ao estrangeirismo exagerado do brasileiro ao incluir termos em inglês no português. Paradoxalmente, a canção também presta homenagem à nomes da música negra americana, como Billie Holiday, Ray Charles, Billy Paul e, claro, Stevie Wonder”, explica Juscelino.


Além dessa canção, o EP traz “Nietzsche Explica”, que foi escrita em 2016 em meio às turbulências políticas do período. “Mais Além”, relacionada ao conceito de Qualia proposto por Frank Jackson. “Qualia seria o além das explicações e das teorias, o que na canção ganha uma brincadeira poética em que é listado muitas coisas que rompem limites. A arte é algo que rompe todos os limites e vai mais além”, destaca. Por fim, “Parasita” completa o EP com reflexões sobre consciência de classe. “A canção foi feita em forma de RAP e é inspirada no filme homônimo do Sul Coreano Bong Joon-Hoo”, afirma.

Juscelino, ainda, salienta que a ideia de incluir um repertório tão heterogêneo no EP é intencional. “Isso é para que o público entenda que o trânsito entre gêneros é o lugar comum que existirá em meu trabalho”, finaliza.

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