Depois de quase sete anos, Deh Muss lança seu segundo álbum, “Antes de Eva”
Trabalho reúne canções sobre entidades femininas de diferentes cosmovisões, relacionando-as com diversas pautas do ser mulher;
Artista com forte articulação entre mulheres na música, tendo criado o Sonora BH, Deh Muss convidou Mãeana, Bia Nogueira, Amanda Prates e Luiza Brina para integrar o trabalho;
Depois de longo hiato fonográfico, Deh Muss retorna à carreira solo com um lançamento. “Antes de Eva”, que chega essa semana às plataformas é um lançamento do estreante selo Pitaya Lab, e mergulha no cerne da música da artista. Com sete faixas, todas as canções exaltam deidades femininas de diferentes cosmovisões e geografias. A partir de seus mitos, Deh Muss relaciona as temáticas do universo feminino com as histórias dessas deusas. Dentre as colaborações, a artista contou com participações de Mãeana (Artemis), o primeiro single, Bia Nogueira (Lilith), o segundo single do álbum, e Luiza Brina (Yebá Beló), que chega com as demais canções inéditas no disco.
Deh Muss é um nome muito importante no mercado da música, com especial atuação junto à mulheres da música, tendo fundado projetos como Coletivo ANA, simbólico coletivo de compositoras do Brasil, com quem lançou um disco em 2014; tendo lançado ainda uma campanha com a hashtag #mulherescriando, que foi a faísca para o Coletivo Mulheres Criando, que ganhou o Prêmio Profissional da Música 2018, e o Sonora – Festival Internacional de Compositoras. Sendo assim, nada mais do que justo criar um álbum sobre divindades femininas que centralizam no debate o ser mulher. “Antes de Eva” aprofunda essa trajetória.
No disco, Mãeana está presente em Artemis, deusa da caça na mitologia grega que em seu simbolismo celebra o encontro dessas mulheres caçadoras; já Bia Nogueira canta em Lilith, canção que retrata esta mulher ancestral que não se sujeitou a estar debaixo de Adão. Agora, no disco, a canção Yebá Beló conta com a participação de Luiza Brina, música que narra a história de Yeba, deusa responsável pela a criação do mundo, entidade da cosmovisão dos indígenas Dessanas da região amazônica.
Além de trazer elementos dessas entidades, Deh também relaciona os fios narrativos com o universo das mulheres. Por exemplo, em “Nix”, traz elementos de sua história e também reflexões sobre aceitar as sombras e integrá-las (“Pois pra ver a luz tem que aceitar a noite em si”). As deidades são de diferentes geografias, estando presentes também: Nanã (entidade de raiz africana), Amaterasu e Uzume (entidades do xintoísmo) e Kuan Yin (entidade do budismo).
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