Entre a canção e o teatro, Jade Faria lança “Solar,” seu primeiro EP


Cantora, compositora, atriz e pesquisadora em artes cênicas, artista firma seus pés na música com cinco composições solo ou em parceria, e apresenta pistas importantes sobre suas experimentações na música


Trazendo para o cerne do trabalho os chamados “objetos achados”, instrumentos não convencionais que atravessam todo o projeto, a artista percorre diferentes registros de música popular, e surge como importante aposta de renovação da canção brasileira


Foto: Bruna Mayer



OUÇA “SOLAR”, PRIMEIRO EP DE JADE FARIA: https://onerpm.link/813663954041


Em seus jovens 21 anos, Jade Faria encontrou no teatro um espaço para experimentações: fosse no palco, como atriz, ou nos bastidores, dirigindo ou pesquisando. Agora, na música, ela segue em investigação - de si, dos seus sentimentos, do outro, mas também e principalmente dos sons e suas múltiplas possibilidades. Com “Solar”, seu primeiro EP, que chega às plataformas de streaming de música na próxima sexta-feira, dia 25 de março, ela traz suas influências numa costura muito própria, unindo seu gosto pela música brasileira setentista ao seu fazer cênico. O resultado é um apanhado de cinco canções que trazem  novos ventos na chamada música popular brasileira, entre tradições formais, e novas apostas para quebrar a forma.


“Solar” é uma estreia que aponta, em especial, para as possibilidades de Jade na exploração de sons, depois de anos vivenciando a música apenas nas artes cênicas, ou em estudos tradicionais. As composições, quatro solos, e apenas uma em parceria (“Flor de Juá”, com Beto Lemos), evidenciam uma soltura de Jade nesse começo de trajetória: com a voz ela experimenta a sobreposição de camadas, enquanto na instrumentação, cria, ao lado de Guilherme Beraldo e Alexandre D’Elboux (que assinam arranjo e produção musical ao lado dela), ambiências de texturas com os “instrumentos achados”, como Jade Faria e Guilherme Beraldo chamam os instrumentos não-convencionais, como caixas de fósforos, baldes, canecas e sacolas plásticas - elementos que permeiam o trabalho.


 

O caminho de “Solar” vem sendo trilhado desde 2018, quando a artista começou a rascunhar as canções, mas foi em 2020 que Jade Faria conversou com Guilherme Beraldo e Alexandre D’Elboux sobre o desejo de concretizar seu trabalho. O processo de produção, por conta da pandemia, teve que se adaptar ao virtual, e as trocas de harmonias e arranjos aconteciam por vídeo-chamada entre os três. Em junho de 2021 Jade foi para o Estúdio Medusa gravar o seu primeiro EP, que foi mixado e masterizado por Janja Gomes.


ASSISTA AO CLIPE DE “SOLAR”: https://youtu.be/Ksp6TWaHmqQ


O EP abre com o single “Solar”, que teve o clipe selecionado na lista de melhores clipes de janeiro pela Hits Perdidos. Na sequência, “Caminho”, ambientada em uma mesa de bar, mostra o trajeto experimental na utilização de instrumentos achados (instrumentos não-convencionais) como caixa de fósforo, caneca, pau de chuva, sacola plástica, além das vozes e talheres da mesa de bar montada dentro do estúdio.


"Flor de Juá”, terceira composição do trabalho, é a única parceria do EP, e nasceu de uma vontade de Jade de fazer algo parecido com um xote. Por sua vez, Beto Lemos gostaria de fazer uma música para São João, e o resultado é uma composição com ambientação que muito lembra as canções da CIA Barca dos Corações Partidos, da qual Beto faz parte. 


A quarta faixa traz de volta os instrumentos achados, todos tocados por Jade Faria, como caixa de fósforo, garrafa , sacola plástica, balde, galã. “Sentido”, talvez a faixa mais atmosférica, com camadas de vozes sobrepostas, encerra a estreia de Jade.


Nascida em São Paulo, Jade Faria cresceu em São José dos Campos, onde com 14 anos começou as aulas de canto e sapateado. Ingressou na USP em 2019 para cursar artes cênicas e foi finalista do concurso Nascente USP na categoria de música popular/interpretação vocal. Durante a graduação, também realizou uma iniciação científica sobre processo colaborativo com a CIA Barca dos Corações Partidos. Lá, conheceu Beto Lemos, com quem compôs “Flor de Juá”, depois de Jade comentar do seu desejo de fazer uma música que flertasse com um xote swingado, e Renato Luciano, que participa do registro, cantando.




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